Sobre o ENBNA/EIBNA
Luta pelo protagonismo e pelo reconhecimento da contribuição negra na Biblioteconomia e áreas da informação
Este evento contribui para agenda de pesquisa sobre debate étnico-racial e políticas públicas por estar atrelado às investigações no âmbito da Biblioteconomia e Ciência da Informação, sobretudo os estudos da Biblioteconomia Negra, Biblioteconomia Antirracista e os Estudos Negros, Africanos e Afrodiaspóricos.

Imagem: I Encontro Nacional de Bibliotecárias/os Negras/os e Antirracistas Universidade do Estado de Santa Catarina - Florianópolis, 2019
História
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Criado em 2019 por mulheres bibliotecárias negras e mulher antirracista, o I Encontro Nacional de Bibliotecárias(os) Negras(os) e Antirracistas (I ENBNA) com o tema “O protagonismo de bibliotecárias(os) negras(os) na Biblioteconomia e Ciência da Informação”, ocorreu entre os dias 08 e 09 de julho de 2019, a Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis.
Nascido das inquietações, demandas e objetivos de discutir pautas pertinentes à população negra e ao debate antirracista na sociedade brasileira e nas áreas da Biblioteconomia e Ciência da Informação, este primeiro Encontro buscou ser um espaço público de discussão, proposição e luta pela promoção da profissão bibliotecária e pela valorização das(os) bibliotecárias(os) negras(os) e antirracistas.
Nesta oportunidade, promoveu a discussão sobre as diversas facetas que envolvem a existência de bibliotecárias(os) negras(os), tais como suas experiências no mercado de trabalho, a ausência de formação voltada para a discussão de relações étnico-raciais e decolonialidades, discutiu o papel de movimentos sociais e associativos para visibilização da população negra, contextualizou a Biblioteconomia Negra Brasileira e Americana, discutiu sobre acessibilidade, inclusão e identidade, branquitude e racismo nas práticas docentes e profissionais bibliotecárias, educação para as relações étnico-raciais e cidadania, entre outros pontos de debate e reflexão.
O evento de 2019 foi coordenado pelas mulheres bibliotecárias: Franciéle Carneiro Garcês da Silva (UFMG), Graziela dos Santos Lima (UNESP), Andreia Sousa da Silva (UDESC) e Daniella Camara Pizarro (UDESC). Em dois dias, o evento recebeu mais de 100 pessoas e contou com uma programação que englobou conferências, mesas redondas, comunicações orais, lançamento de livro, oficinas e apresentações culturais.
A partir dessa primeira Edição foi estabelecido o Coletivo Nacional de Bibliotecários Negros e Negras, o qual conta com mais de 200 integrantes na atualidade e contribui para a construção de políticas e educação antirracista nas bibliotecas em suas mais variadas tipologias, tais como bibliotecas escolares, universitárias, especializadas, comunitárias, entre outras.
A segunda edição foi realizada na forma remota, haja vista o contexto pandêmico. O II Encontro Nacional de Bibliotecárias(os) Negras(os) e Antirracistas (II ENBNA[3]) e o I Encontro Internacional de Bibliotecárias(os) Negras(os) e Antirracistas (I EIBNA), foi realizado entre os dias 26 e 28 de agosto de 2021, sediado por docentes e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, da Escola de Ciência da Informação, da Universidade Federal e transmitido pelo canal Youtube desta Escola.
Nesta edição, o Encontro apresentou como tema “Os desafios de bibliotecárias(os) negras(os) e antirracistas para a construção de uma sociedade antirracista, emancipada e comprometida com a diversidade”.
O propósito do ENBNA/EIBNA foi se constituir como um espaço público de reflexão, discussão, proposição e luta pela promoção da profissão bibliotecária e pela valorização das pessoas bibliotecárias negras e também das antirracistas. O objetivo principal deste evento é evidenciar o protagonismo de pessoas bibliotecárias negras e antirracistas. Além disso, visou ações de engajamento em prol de melhores condições de emprego e trabalho, acesso à educação e à capacitação, enfrentamento e desconstrução do racismo institucional e estrutural, assim como ações voltadas para o fortalecimento identitário das populações de origem africana em bibliotecas e unidades de informação.
Esta edição esteve sob a coordenação das bibliotecárias negras e docentes Ana Paula Meneses Alves (PPGCI/UFMG) e Franciéle Carneiro Garcês da Silva (PPGCI/UFMG), bem como o docente Rubens Alves da Silva (NEPPAMCS/ECI/UFMG) e contou com uma programação[4] que englobou conferências nacionais e internacionais, oficinas, mesas redondas, comunicações orais e apresentações culturais.
O público-alvo do evento se constituiu de pessoas bibliotecárias de redes públicas e privadas dos diferentes níveis de ensino, docentes e estudantes universitários/as, ativistas do Movimento Negro, Indígena e Quilombola, pesquisadores/as e comunidade em geral. Ao total, o evento obteve 700 participações únicas, advindas de vários estados do país, assim como de países latino-americanos e do norte global.